Títulos e sub - títulos do artigo:
Roteiros pedagógicos - pretextos gerais
- Pretexto 1- A reflexão
- Pretexto 2- A flexibilidade
- Pretexto 3- A colaboração
Roteiros pedagógicos online - (con)textos gerais
Roteiros pedagógicos online - textos e pretextos para a utilização das TIC no ensino superior
A internet e o computador, com o passar do tempo foram ganhando ênfase e tendo um grande impacto no dia-a-dia da nossa sociedade, assim como no domínio educativo.
A questão educativa não é só uma questão técnica, pois, também, é importante o seu lado ético e estético, assim como o pensamento necessário à crítica, mais concretamente à colocação de dúvidas. Isto leva a que realcemos a construção reflexiva e flexível do conhecimento, sendo que a prática reflexiva pretende ir ao encontro de um vínculo entre a teoria e a prática, uma vez que o uso do conhecimento agrega necessariamente as duas frontes do conflito: sensibilidade e competência vivencial e a exploração teórica. A flexibilidade é justificável, uma vez que o conhecimento tem de ser usado de diversas maneiras e os fenómenos tem de ser comprovados através de variadas “verdades”.
A integração das novas tecnologias no processo educativo facilita o traça um cenário pedagógico, baseado em projectos colaborativos, em que o sujeito tem um papel activo e critico na construção do conhecimento. A construção de ambientes de aprendizagens mais flexíveis e uma maior utilização das ferramentas online estimulam a colaboração entre as pessoas e representa um desafio no desenvolvimento de grupos de trabalho, assim como mudanças significativas no que refere a pedagogia universitária.
Roteiros pedagógicos - pretextos gerais
Na sociedade moderna, à ciência contende a revelação da realidade, do conhecimento científico, que tem por base o conhecimento gradual, dedutivo e aditivo dessa mesma realidade. Conhecimento, este que é atestado como verdade objectiva, que vai divulgando a essência das coisas alem da existência do sujeito.
Nos dias de hoje verificamos a existência de um movimento/mudança que vai de encontro a uma outra perspectiva, denominada de construtivista, em que o conhecimento é assente como sendo algo relativo ou dependente da situação, logo esta em constante evolução e desenvolvimento. Esta perspectiva tem como princípio o primado absoluto do sujeito na construção do conhecimento, sendo que esta construção está baseada na experiência da realidade e no conhecimento, que o próprio sujeito adquiriu, uma vez que o sujeito constrói o mundo externo de formas diferentes e esta compreensão é validada, tendo em conta os critérios subjectivos de probabilidade das relações do sujeito com o mundo.
Existem múltiplas maneiras de estruturação do mundo, assim como significados/perspectivas para um qualquer acontecimento ou conceito, não existindo, por isso, um único significado correcto ou verdade objectiva.
Nesta perspectiva construtivista, a aprendizagem é vista como um processo de desenvolvimento, de construção de representações ou significados.
-Pretexto 1- A reflexão
A reflexão estreia-se com um estado de perplexidade, hesitação ou dúvida acerca, de uma dada situação, que inclui todo um esforço consciente e voluntário, no reconhecimento da natureza do problema e assim encarar potenciais soluções, que amparara na fundamentação de respostas ou conhecimentos relativos à situação.
Em suma poderemos afirmar que a reflexão implica saber pensar, ser capaz de suportar uma conclusão ou juízo, saber procurar nova ou outra informação susceptível de confirmação/rejeição, de modo a fundamentar a primeira ideia, crença ou forma de conhecimento. Contudo a reflexão não é vista como um processo natural, pois implica formação, contudo esta formação não ensina a pensar, mas tem por finalidade a aprender a pensar de forma correcta. Que consecutivamente implicara diálogos ou conversas sucessivas com a pratica, ou com diversas situações educativas, que culminara na construção de sentidos ou significados, isto é, na edificação do conhecimento no sentido de uma acção competente.
-Pretexto 2- A flexibilidade
É definida como tendo capacidade para reformar o conhecimento, considerando as múltiplas ou diversas perspectivas perante as exigências que sucedem da complexidade e particularidade das situações com que o sujeito é confrontado. O desenvolvimento da flexibilidade impõe uma nova forma de aprendizagem e de ensinamento onde se privilegia as múltiplas representações.
-Pretexto 3- A colaboração
A colaboração é vista como uma atitude, filosofia pessoal ou forma de pensar no ensino-aprendizagem, onde cada sujeito é responsável além da sua própria aprendizagem a do próprio grupo onde esta envolvido, na resolução de uma tarefa. Esta competência é vista como sendo uma situação onde duas ou mais pessoas aprendem e ambicionam aprender de forma contígua.A aprendizagem implicara três importantes características: a interactividade, interacções (as) síncronas e negociação.
Roteiros pedagógicos online - (con)textos gerais
As TIC apresentam instrumentos que são capazes de suportar estratégias de formação, instrumentos que são construídos e contextualizados pelo sujeito, de forma colaborativa às aprendizagens.
Os novos media constituem as ferramentas necessárias à construção do conhecimento e/ou partilha de experiências capazes de serem olhadas de diversas perspectivas ou integrando diversas leituras.
No âmbito da Licenciatura em Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, o ensino à distância teve como base o Teleduc, onde as funcionalidades oferecidas por este podem ser resumidas em três grandes grupos: ferramentas de administração (garantem a acessibilidade), de coordenação (direcciona-nos) e de comunicação.
No ambiente de aprendizagem virtual centramo-nos na construção de um projecto, quer seja um jogo ou um recurso educativo, o que implica a gestão de conhecimentos complexos e pouco estruturados. Do modelo de aprendizagem fazem parte: outros jogos/ recursos, onde são apresentados os problemas que vão surgindo na planificação e desenvolvimento; as soluções possíveis, que também podem ser analisadas em espaços combinados para o efeito; o material de apoio e a bibliografia, que nos leva a uma compreensão dos conceitos teóricos e fundamentais da tarefa; e, por fim, uma construção reflexiva e colaborativa sobre a temática. Quanto ao apoio social e contextual, este caracteriza-se através de secções presenciais e ferramentas disponibilizadas online, como é o caso do mural, e-mail e o perfil. Assim, as ferramentas de comunicação podem ser de dois tipos: motivação e socialização (mural e parada obrigatória) e troca de informação e construção flexível, reflexiva e colaborativa (fóruns e portefólios).
Costa, F. A., Peralta, H., Viseu, S. (2007). As TIC na educação em Portugal: Concepções e Práticas (pp. 338-349). Porto Editora.